Entramos em uma nova era de realização, em que o grande sonho é trocar dinheiro por um sentido na vida e, cada vez mais, alimentar esta nossa fome existencial. O legado atual é de que nos sentimos culpados se não estivermos com a cara enfiada no trabalho por longas jornadas diárias.
Trabalho significativo:
Ganhar dinheiro, alcançar status, fazer a diferença, seguir nossas paixões e usar nossos talentos. Podemos pensar nessas forças como fontes essenciais de motivação que impulsionam as pessoas a prosseguirem em suas carreiras. O dinheiro e o status são chamados de fatores motivadores “extrínsecos”, uma vez que tratam o trabalho como meio para um fim, enquanto os demais três fatores são “intrínsecos”, com trabalho valorizado como um fim em si mesmo. Entender exatamente quais são nossas prioridades pode nos ajudar a desenvolver uma visão pessoal do que é um trabalho realmente significativo, para que possamos reduzir o número de possibilidades de carreira e fazer as escolhas certas.
Com frequência, as pessoas são criticadas pelo fato de o dinheiro ser o principal objeto de seus desejos e de ser preferido, acima de tudo, mas isso é natural e até mesmo inevitável. Pois o dinheiro é um Proteu inesgotável, sempre pronto a se transformar no objeto atual dos seus desejos maleáveis e de suas necessidades manifestas. O dinheiro é a felicidade humana no mundo abstrato. Então isso significa que devemos colocar nossas esperanças de realização profissional em altos salários e gratificações¿ A resposta é não.
Evidências esmagadoras emergiram nas duas últimas décadas no sentido de que a busca por riqueza é um caminho improvável para alcançar o bem-estar pessoal. Isto porque normalmente nos vemos presos naquilo que o psicólogo Martim Seligman chama de “cadeia hedonista”: à medida que enriquecemos e acumulamos mais posses materiais, nossas expectativas aumentam por isso trabalhamos mais para ganhar dinheiro a fim de comprar mais bens de consumo e aumentar nosso bem-estar, mas em seguida nossas expectativas aumentam de novo, e o processo não tem fim. Pior, pode muito bem contribuir para aumentar os níveis de ansiedade e depressão, uma vez que estamos sempre querendo mais.
Poucas pessoas têm a convicção necessária para evitar a cadeia hedonista, mesmo aquelas que prometem que só ficarão em determinado trabalho chato, mas bem pago, por pouco tempo, como cinco anos antes de pedir demissão: quase sempre ficam presas à cadeia e não conseguem cumprir a promessa.
Embora tenhamos relativa abundância material, na verdade não temos abundância emocional. Muitas pessoas não têm o que realmente importa. Sem segurança emocional, elas procuram segurança em artigos e posses materiais.
Além do dinheiro, outra recompensa extrínseca que as pessoas buscam é o status social. O status de um trabalho de prestígio que seja admirado e reverenciado pelos outros. É uma perspectiva atraente: querer um trabalho que impressione os amigos. Como os romanos antigos, ainda temos um desejo ardente por reputação e glória.
No entanto, como alertou o filósofo Jean-Jacques Rousseau: “este desejo universal de ter uma reputação, em que nos julgamos pelos olhos de outra pessoa, é repleto de perigos”
Podemos facilmente ser levados a buscar uma carreira que a sociedade considere prestigiada, mas na qual nós não estejamos intrinsicamente dedicados – uma carreira que não atende à nossa necessidade de realização.
O Mapa das Escolhas (atividade):
Para que você possa realmente refletir sobre o lugar de onde veio, antes de se voltar para onde vai. Comece usando 30 minutos para traçar um mapa do percurso da sua carreira até agora. Pode ter qualquer forma, uma linha em zigue-zague, os ramos de uma árvore ou talvez um labirinto. Nesse mapa, você deve indicar não apenas as funções que desempenhou, mas as diferentes motivações e forças que moldaram seu trajeto. Se uma importante decisão de carreira foi influenciada pela perspectiva de mais dinheiro ou status, mostre isso no seu mapa – faça o mesmo se a motivação tiver vindo de seus talentos, paixões ou valores. Você também deve acrescentar outros fatores que podem ter guiado seu percurso, tais como o papel de suas escolhas educacionais, das expectativas dos seus pais, do aconselhamento profissional sobre carreiras ou do acaso. Mesmo que você tenha tido um emprego, procure mapear o que o levou até ele.
Após criar seu mapa, passe mais 15 minutos olhando para ele e pensando sobre as 3 seguintes questões:
- O que o mapa revela sobre a sua atitude quanto à vida profissional até agora¿ pode haver padrões gerais visíveis, tais como o fato de você não se manter no mesmo cargo por mais de 2 anos, ou de você cair de paraquedas na maioria dos empregos, sem escolhê-los de fato¿
- Quais das seguintes motivações mais pesaram em suas escolhas de carreira: dinheiro, status, respeito, paixão, talento ou vontade de fazer a diferença¿ classifique-as da prioridade mais alta para a mais baixa.
- Dessas motivações, quais são as duas que você mais deseja como determinantes de suas escolhas futuras, e por quê¿
Conclusão:
Nesse contexto, processos de desenvolvimento de pessoas têm sido explorados para atenderem estas angústias e necessidades. A Mentoria é um destes processos que tem despertado interesse de gestores no âmbito das organizações. Ela está atrelada à gestão do conhecimento e tornou-se uma excelente alternativa para o desenvolvimento de competências, para a melhoria da performance e para a gestão da mudança.
Mentoring diz respeito a um processo no qual um profissional experiente assume a responsabilidade de ajudar outro profissional a melhorar seu desempenho, a exercer novas funções, a desenvolver sua carreira, compartilhando conhecimentos – fruto de sua experiência – e contribuindo com o negócio onde está inserido.
A Metodologia da Mentoria Integral vai mais além e busca consolidar a evolução do Mentorado a partir das 3 faculdades básicas do Ser Humano, fundamentos da Antroposofia, através das 3 Jornadas: PENSAR: Jornada do Autoconhecimento percorrendo o caminho da análise e das causas para a busca do Mentorado; SENTIR: Jornada do Crescimento percorrendo o caminho do planejamento, realizando a intermediação entre o Pensar e o Querer; QUERER: Jornada da Evolução percorrendo o caminho da solução e da ação para a busca do Mentorado – bases do comportamento humano, pois não há separação entre o “eu pessoal” e o “eu profissional”.
Ninguém evolui sem estes enfrentamentos, porém, mais sabedores de nós mesmos e conscientes de nossas potencialidades conseguimos escolher melhor as melhores campanhas e enfrentar os maiores desafios.